A RELAÇÃO ENTRE SUCESSO PROFISSIONAL E SAÚDE MENTAL: Uma análise sob a perspectiva da Psicologia Analítica Junguiana

Abaixo segue o meu artigo correspondente a Tese de Conclusão de Curso – TCC – que produzi para a graduação em Psicologia na Uninassau – Campus Pituba, Salvador-BA. Cuja nota, me permitam ganhar uns biscoitos, foi 9,5. Risos!

Aproveitem a leitura. Beijos!

Terena de Oliveira Cardoso[1]

Andréa Sandoval Padovani[2]

Resumo

Este ensaio teórico propõe a discussão sobre a Terapia Analítica Junguiana como uma possível solução para pessoas em sofrimento psíquico relacionado à busca de sucesso profissional. Desse modo, objetiva compreender como se dá a relação entre sucesso profissional e saúde mental, sobretudo a partir dos conceitos de individuação e desenvolvimento da personalidade, de Carl Jung. Para realização deste trabalho, optou-se por uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, à vista de esclarecer conceitos e relacionar as variáveis estudadas. Para tanto, pesquisou-se em bases de dados como o SciELO e a plataforma do International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), além das obras produzidas pelo Jung, como A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência, A energia psíquica: a Dinâmica do Inconsciente, O desenvolvimento da personalidade e Psicologia do Inconsciente. Nesse sentido, a busca se deu a partir da definição de descritores prévios associados ao tema. Os resultados mostraram que pode haver influência do ecossistema familiar associado às escolhas profissionais, permanência ou transição de carreira. À vista disso, a Terapia Analítica pode contribuir nos processos decisórios.

Palavras-chave: Sucesso profissional; Saúde mental; Psicologia analítica; Teoria Junguiana.

Abstract

This theoretical essay proposes about Jungian Analytical Therapy as a possible solution for people in psychological thinking related to the pursuit of professional success. In this way, it aims to understand how the relationship between success and mental health occurs, especially from the concepts of individuation and personality construction, by Carl Jung. To carry out this work, we opted for a qualitative, exploratory and descriptive research defined and defined as research, in sight. In order to do so, databases such as SciELO and the platform of the International Stress Management Association in Brazil (ISMA-BR) were searched, in addition to works on Jung’s psychological care, such as The practice of psychotherapy: contributions to the problem of psychotherapy and psychology. Download Psychology, Psychic Energy: The Dynamics of the Unconscious, Personality Development and Psychology of the Unconscious. In this sense, the search was based on the definition of previous descriptors associated with the theme. The results that may influence the family ecosystem, permanence or career transition. In view of this, Analytical Therapy can contribute to decision-making processes.

Keywords: Professional success; Mental health; Analytical Psychology; Jungian Theory.

1 INTRODUÇÃO

Em 1946, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o conceito de saúde como “[…] um estado de completo bem-estar físico, mental e social […].” (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1946 apud GAINO et al., 2018, p. 110). Em suma, ela é agente e paciente não apenas dos condicionantes físicos, biológicos e emocionais, mas também dos sociais, sendo, assim, influenciada diretamente pelo contexto e pelas circunstâncias socioambientais.

Tomando como base a condição social em que a carreira profissional encontra-se, pode-se discutir a relação entre sucesso profissional e saúde mental para entender os impactos dessa interação. A importância de ser reconhecido profissionalmente ou a manutenção do trabalho e o possível sucesso, direcionam o sujeito, muitas vezes, a perder a medida entre a necessidade, a individualidade e o adoecimento psíquico. Não à toa, existe um movimento de mudança de carreira, sobretudo pelos mais jovens, em busca de equilíbrio pessoal e profissional e a qualidade de vida (BERTÃO, 2022).

Estes e outros pontos são comumente compreendidos à luz da Psicologia do Trabalho, que tem dado conta de analisar e apreender as repercussões dessa ligação seja no âmbito do trabalho ou do indivíduo. Esta é uma abordagem que contempla a concepção e a análise dos adoecimentos por advento dos excessos no exercício de uma profissão, dos transtornos que possam surgir durante um processo de escolha profissional, da recolocação e transição de carreira no mercado de trabalho ou da procura de sucesso. No entanto, quando se refere a conteúdos, sobretudo da ordem do sujeito, a teoria junguiana pode ter nuances mais profundas para o trato dessas temáticas.

A teoria analítica junguiana se insere nesse aspecto, na tentativa de compreensão da relação entre saúde mental e sucesso profissional, com foco no indivíduo. Os conceitos junguianos como individuação e desenvolvimento da personalidade (JUNG, 2011, 2013b, 2014a)  podem ser aplicados como ferramenta para uma nova atuação no mercado de trabalho e entendimento de si mesmo, para que se tenha recursos para agir com maior liberdade de escolha e apreender os processos envolvidos nessa interação.

À vista disso, este trabalho se debruça na concepção da interação entre sucesso profissional e saúde mental, a partir da Psicologia Analítica, assentada nas proposições teórico-práticas de Carl Jung, utilizando os conceitos de individuação e de desenvolvimento da personalidade.

Diante do exposto, é sabido que o bem-estar mental influencia diretamente o rendimento no trabalho e vice-versa. E é exatamente disso que parte a motivação para esse estudo. Nos atendimentos como terapeuta na clínica, frequentemente, foram observadas pessoas adoecidas em virtude do desejo excessivo de sucesso profissional. A identificação e a vinculação da pesquisadora com a perspectiva teórico-prática junguiana possibilitaram perceber as possíveis contribuições desta nos casos de adoecimento motivados por essa questão.

Pesquisar este tema com base na terapia analítica de Carl Jung é importante, pois a teoria e os conceitos desenvolvidos pelo autor são mais um instrumento possível e compatível com a compreensão e análise dos contextos, causas e consequências da relação estudada. Por isso, os conceitos de individuação e de desenvolvimento da personalidade (JUNG, 2011; 2013b; 2014a), utilizados neste trabalho, juntamente com o senso de maior liberdade pessoal, também proposto por Jung, auxiliam no entendimento de como a personalidade do sujeito se desenvolve e “atua” em convívio social, neste caso, no ambiente profissional. Dessa forma, a teoria do autor pode fundamentar a concepção, reflexão e análise da associação entre sucesso profissional e saúde mental, sendo suporte para a possível melhoria desses sintomas e situações.

Pode ser um benefício para os pacientes da terapia junguiana atravessados por essas circunstâncias, mas também para as empresas que poderão aplicar as análises e os resultados frutos deste estudo, direcionando suas práticas junto aos seus trabalhadores. Promove, portanto, o aumento nos índices de produtividade, tendo em vista o impacto da qualidade de vida e do bem-estar no ambiente de trabalho.

Ganha-se também estímulo em pesquisas sobre a prática junguiana relacionada a assuntos atuais tal como os investigados aqui, gerando reflexões sobre a utilidade da Psicologia Analítica Junguiana em casos de adoecimento mental relacionados ao trabalho. Logo, auxilia trabalhadores e empresas, mas, sobretudo, psicólogos/as e estudantes de psicologia que podem fazer dessa teoria mais um instrumento e orientação do seu exercício profissional. Assim como, o aprofundamento de um campo de estudo crítico ao trabalho como forma de status ou símbolo central da existência do indivíduo.

Isso posto, para além dos benefícios sociais e no âmbito da prática profissional do/a psicólogo/a, tem-se a promoção de um novo viés de estudo: a associação da saúde mental e do sucesso profissional com a teoria analítica proposta por Carl Jung. Em pesquisas realizadas em base de dados como o Scientific Electronic Library On-line (SciELO), não foram encontradas publicações que se debruçassem sobre essa relação na perspectiva junguiana, demonstrando uma lacuna científica relevante.

Assim, este trabalho pode se tornar um excelente ponto de partida para os aspectos e para o problema levantado: como a relação entre saúde mental e sucesso profissional pode ser compreendida pelo olhar da psicologia analítica junguiana? Objetiva-se, portanto, de forma geral, compreender a relação entre saúde mental e sucesso profissional e como esta pode ser analisada pelo olhar da psicologia analítica junguiana. Para alcança-lo, definiu-se alguns passos específicos, a saber: entender a relação entre saúde mental e sucesso profissional do ponto de vista do conceito junguiano de individuação; entender a relação entre saúde mental e sucesso profissional do ponto de vista do conceito junguiano sobre o desenvolvimento da personalidade; e apontar como a Psicologia Junguiana pode atuar na relação entre saúde mental e sucesso profissional.

Logo, a partir das metas traçadas pretende-se apreender as contribuições teoria analítica de Jung na conexão entre sucesso profissional e saúde mental.

2 PERCURSO METODOLÓGICO

Este estudo consistirá numa pesquisa qualitativa, de tipo exploratório e descritivo. Exploratório pois tem “[…] como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias […]. Este tipo de pesquisa é realizado especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado […]” (GIL, 2008, p. 27). E descritivo porque visa “[…] descobrir a existência de associações entre variáveis […]” (GIL, 2008, p. 28).

Tendo em vista a escassez de trabalhos semelhantes ou empíricos que relacionem a terapia analítica junguiana ao tratamento da relação entre saúde mental e sucesso profissional, optou-se por fazer um ensaio teórico.

Foram buscados em base de dados como o SciELO e na plataforma do International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR)[3] artigos científicos que tratassem sobre a temática pesquisada. Priorizando, dessa forma, publicações que falassem sobre estafa profissional, burnout e adoecimentos no ambiente de trabalho. Nossa hipótese é que esses dados podem despertar a atenção para uma possível relação negativa entre a busca de sucesso profissional – quando não é visto ou sentido de forma recompensadora – e a saúde mental, tendo potencial de demonstrar caminhos investigativos viáveis para este trabalho.

Assim, objetivando compreender a relação entre saúde mental e sucesso profissional, este estudo partiu das teorias propostas por Carl Gustav Jung, concebendo esta associação pelo olhar da psicologia analítica junguiana. Neste sentido, foi fundamentado nas principais obras do autor citado, reunidas e organizadas pela Editora Vozes entre os anos de 2011 e 2015. Para tanto, teve como base os seguintes livros: A prática da psicoterapia: contribuições ao problema da psicoterapia e à psicologia da transferência (2013), A energia psíquica: a Dinâmica do Inconsciente (2013), O desenvolvimento da personalidade (2014a) e Psicologia do Insconsciente (2013c).

Esperou-se, portanto, que o percurso metodológico estabelecido auxiliasse no desenvolvimento desta pesquisa e atendesse aos objetivos definidos previamente. E que a perspectiva teórica escolhida consiguisse elucidar as relações existentes entre sucesso profissional e saúde mental.

3 SUCESSO PROFISSIONAL E SAÚDE MENTAL

O sucesso profissional promove saúde mental? E se não houver saúde mental, o sucesso profissional se estabelece de alguma forma? É certo que a escolha profissional se constitui como um momento importante na vida do indivíduo. Todavia, os caminhos seguidos e as opções feitas nesse âmbito nem sempre garantem o sucesso. Ainda que possa se dar, portanto, de modo positivo, a relação estabelecida entre saúde mental e sucesso profissional pode resultar em processos nocivos.

Esse fenômeno ocorre porque o sentido e o conceito de trabalho permeiam o senso existencial do sujeito, para além da sua necessidade de prover, dado que tem um cunho individual mas também social, e contribui na estruturação da identidade e subjetividade da pessoa. Tolfo e Piccinini (2007) expuseram isso a partir de pesquisas realizadas pelo Meaning of Work International Research Team (MOW)[4] e por Edgar Morin (2001), os quais demonstraram que as pessoas, em sua maioria, continuariam a trabalhar mesmo que não mais precisassem. Esta, pois, é também uma forma de se relacionar e se sentir parte integrante de um grupo, ademais de ter um objetivo a ser atingido na vida, uma ocupação. Desse modo, diante de tamanha importância e havendo disparidade entre intenção pessoal e ambiente profissional, é possível que o trabalhador seja acometido por adoecimentos físicos e emocionais.

Prova disso é a Síndrome de Burnout, definida “ […] como uma reação negativa ao estresse crônico no trabalho […]” (VIEIRA, 2010, p. 270), caracterizada pela realização pessoal reduzida, ligada à infelicidade e insatisfação com o trabalho (TUCUNDUVA et al.,2006). São variados os artigos que se dispõem a investigar as causas e os efeitos da síndrome na saúde do trabalhador. Constituindo-se por sintomas como fadiga persistente, irritabilidade ou indiferença relacionada ao trabalho, distanciamento afetivo, entre outros, evidenciam possíveis contornos danosos na relação estudada (CARLOTTO; PALAZZO, 2006; SILVEIRA et al., 2005). 

O termo burnout foi cunhado, na década de 1970, por Cristina Maslach, psicóloga social, e Herbert J. Freudenberger, psicanalista. Segundo os autores, a síndrome pode ser mais comum entre profissionais da ajuda ou da saúde, sendo “[…] o preço pago pelo profissional por sua dedicação ao cuidar de outras pessoas (Freudenberger, 1975) ou por sua luta buscando uma grande realização (Dejours, 1994)” (RODRIGUES; CAMPOS, 2010,p. 137). Esse estresse crônico do burnout vem da intensa relação com as pessoas no ambiente profissional ou de profissionais que detêm grande expectativa em relação ao sucesso na carreira, e que, embora se empenhem no trabalho, por diversos motivos, não obtêm o retorno que almejam. Dessa forma,

[…] o nível de expectativa é dramaticamente oposto à realidade, e estas pessoas persistem em tentar alcançar estas expectativas, suas trajetórias se tornam turbulentas, problemáticas, e o resultado é uma depleção dos recursos individuais e um comprometimento de suas habilidades (DEJOURS apud RODRIGUES; CAMPOS, 2010,p. 137).

De acordo com Pines, Aronson e With Kafry (apud RODRIGUES; CAMPOS, 2010), os profissionais experimentam, fora o estresse, a sensação de serem insuficientes e percebem uma baixa remuneração.

Cristina Maslach e Michael Leiter ([20–], não paginado) citam o caso do ambientalista Mark, que relata amargurado: “‘Hoje estou me sentindo totalmente assoberbado pela imensidão dos problemas que enfrentamos’, diz ele, ‘mas eu continuo a me esforçar. É como uma pessoa anoréxica querendo emagrecer. Quando se é um ativista, você nunca acha que está trabalhando demais’.” Mark não se sente recompensado pelo trabalho, trabalho este que não o sustenta financeiramente, pois além do ambientalismo possui um emprego integral para pagar as contas.

O mesmo artigo traz a história de Susan, que trabalha há cinco anos numa emergência de hospital na qual é deixada de lado pelos colegas (assistentes e enfermeiros) em função dos médicos, todos homens. Ela reclama sobre os médicos não se comportarem como pares e também deixá-la de lado. Os protestos vão desde sintomas físico-corporais até a insensibilidade com os seus pacientes e a falta de confiança no próprio trabalho: “‘Eu não posso entrar no joguinho de sedução que acontece entre médicos e enfermeiras’, diz Susan. ‘Não é assim que eu funciono e não combina com minhas responsabilidades como médica’.” (MASLACH; LEITER, [20–], não paginado).

Os casos citados exemplificam a relação direta entre saúde mental e sucesso profissional, que pode gerar doenças como o burnout. Este e outros adoecimentos ocasionados pelo ambiente de trabalho demonstram que não há como distanciar e desvincular a conjuntura socio-histórica de vida e de sociedade, do trabalho/profissão e das condições psicoemocionais do indivíduo. Segundo Tonio Luna (SAÚDE…, 2012, não paginado), “[…] a depressão, a ansiedade e o estresse estão entre os principais transtornos que afetam a qualidade do trabalho”. O psicólogo alerta também para motivações ligadas à prevalência de transtornos no meio familiar, além de dificuldade financeira, sofrimento de grandes perdas, dentre outros problemas pessoais.

Schneiderman ([20–]) fez um levantamento dos fatores de risco comportamentais, psicossociais e sociais relacionados a esses adoecimentos e constatou que entre eles está o trabalho, o baixo nível de escolaridade, a questão étnicorracial e estressores sócio-ocupacionais crônicos que também são considerados fatores de riscos para o adoecimento. O autor faz uma relação temporal e histórica sobre esses problemas, e enfatiza que

À medida que as doenças infecciosas foram deixando de ser a principal causa de morte, foram suplantadas por doenças crônicas como a doença coronariana, câncer e derrame. Quando os cientistas não conseguiam identificar causas isoladas para estas doenças, passaram a fazer uso de modelos probabilísticos baseados na presença de fatores de risco. Na segunda metade do século vinte, muitos fatores de risco, incluindo as variáveis psicossocial e de estilo de vida, foram identificados. Este avanço, por sua vez, estimulou pesquisas que examinaram as vias comportamentais e biológicas da doença, além de intervenções psicossociais e de estilo de vida para diminuir as taxas de doença e óbito devido a doenças crônicas (SCHNEIDERMAN, [20–], não paginado).

Assim, experimentar emoções como raiva, medo, tristeza e melancolia pode provocar sintomatologias no corpo que, em longo prazo, podem se tornar doenças severas. Se a pessoa trabalha em um ambiente estressante, naturalmente fará tentativas de adaptação, bem como o seu corpo também buscará essa regulação. Rodrigues e França (2010)alertam que situações estressantes e intensas, quando prolongadas, aumentam a predisposição ao desenvolvimento de doenças desencadeadas pelo estresse.

É importante lembrar que a relação dualística entre corpo e mente, como se ambos sofressem as reações adversas de forma separada, foi relativizada com os avanços dos estudos da Neurociência. O cérebro, que ajuda a captar e interpretar as realidades pessoais e sociais vivenciadas por cada sujeito, influencia diretamente as alterações no corpo. Essa concepção é vista de forma abrangente sob a alcunha de “doença sociossomática”, proveniente da interação entre corpo, mente e os meios ambientais e sociais (CASTRO; ANDRADE; MULLER, 2006). Ou seja, tudo que é vivenciado pelo ser humano em seu ambiente profissional tem impacto na sua psique e, consequentemente, no seu corpo. Por isso, quando o sujeito se considera bem-sucedido no trabalho, tem mais chances de ser saudável.

Outro ponto desta relação se dá pelo reconhecimento do indivíduo como alguém bem-sucedido perante os outros em sociedade. Habitando diversos sistemas, é comum o desejo de se sentir pertencente. Junto a isso, viver num ambiente em que o trabalho, de certa forma, é responsável por manter o status social e produtivo pode fazer com que aquele que não alcance o mínimo comum sofra. Esses resultados, portanto, corroboram a ideia de que a atividade profissional vem tendo, ao longo dos anos, um impacto relevante na vida das pessoas, principalmente quando não há sucesso e reconhecimento associados. Assim, essa interação existente deve ser estudada e merece atenção dos/as profissionais da Psicologia.

4 O OLHAR DA PSICOLOGIA ANALÍTICA JUNGUIANA

Carl Gustav Jung (2013a) afirma o quanto as emoções podem levar a uma melhor compreensão de si mesmo. Dessa forma, sentir-se frustrado, deprimido ou ansioso por não alcançar metas profissionais pode ir além da busca de sucesso profissional. Por isso, a psicologia analítica junguiana pode tratar os contornos possíveis e profundos da relação trabalho e adoecimento. Não existe um momento em que se torna um ser completo, plenamente adaptado às próprias escolhas, pois, conforme o autor, “[…] a adaptação nunca termina, embora a tendência seja acreditarmos que termine porque confundimos a nova atitude atingida com a verdadeira adaptação.” (JUNG, 2013a, p. 44). Logo, essa busca pelo sucesso profissional pode fazer parte de um caminho pessoal, mas não necessariamente causar a sensação de completude, principalmente porque tais escolhas sofrem influências diretas e indiretas do ambiente no qual o sujeito está inserido.

A procura de sucesso profissional também pode se dar no desenvolvimento da personalidade. O sujeito nasce e cresce sendo influenciado por um sistema de crenças e condutas, primeiro no ambiente familiar e depois na interação com outros ciclos sociais. Essas interseções contribuem para a identificação da busca de um sentido (JUNG, 2014a), que muitas vezes está associado ao trabalho profissional. Não sem razão, há certo sofrimento na chamada transição de carreira, quando a pessoa não mais se identifica com aquele propósito e decide vivenciar novas oportunidades em outras profissões, entrando, por vezes, numa espécie de crise existencial (ANDERSON et al., 2021).

Para esses e outros casos semelhantes, a psicoterapia pode ser um mecanismo para um novo estilo de vida e atuação no mercado de trabalho. Afinal, para Jung (2013b, p. 555), “O homem só passa a ser responsável e capaz de agir, quando existe a seu modo; se não, não passaria de um ‘maria vai com as outras’, ou de um moleque de recados, sem personalidade própria.”.

Importa destacar que não há uma obra específica sobre o conceito de “individuação” adotado por Jung, embora ele esteja presente em suas obras. Viver a partir das próprias definições, contudo, é o melhor caminho para ser como se é, garantindo a sensação de liberdade nas próprias escolhas. Porém, isso não significa chegar a um lugar final, individualista. Individuação é um caminho de encontro e adaptação com a coletividade. “A individuação é o ‘tornar-se um’ consigo mesmo, e ao mesmo tempo com a humanidade toda, em que também nos incluímos” (JUNG, 2013b, p. 2121). Ou seja, o indivíduo progride quando tem personalidade independente na própria comunidade.

Nesse sentido, os conceitos de individuação e de desenvolvimento da personalidade ajudam a compreender como o trabalho se tornou um símbolo tão importante na sociedade, refletindo sobre os porquês do desejo em torno dele e seu consequente status social. De acordo com Jung (2014a), esses símbolos podem surgir ainda na infância, com influências familiares, escolares e de pessoas que fazem parte do convívio da criança.

Tal como na forma de um trauma ou traço neurótico que se manifesta na busca de sucesso enraizado e fruto de uma grande falta, como passar por situação de pobreza, ambiente hostil e inseguro, entre outras. Ainda para o autor, tratar essas dores do passado que interferem no presente “[…] consiste em mudar a atitude consciente, e não em correr atrás de reminiscências submersas da infância. Uma coisa não é possível sem a outra, certamente, mas a ênfase deveria ser posta na atitude (consciente) do paciente” (JUNG, 2013b, p. 646).

No ambiente terapêutico, a utilização e a compreensão à luz dos conceitos referidos podem favorecer a interpretação do sujeito sobre as suas escolhas e como elas se formam. No livro O desenvolvimento da personalidade, Jung (2014a) discorre sobre como se inicia a mentalidade da criança e de que forma pode ser influenciada pelos adultos. Ele traz o caso da paciente “Aninha” que, ao ouvir uma história sobre vulcões, desenvolveu fixação por geologia.

Para satisfazer esse desejo, tinham os outros de ir buscar para ela todas as gravuras de geologia e os atlas da biblioteca do pai. E ela se punha a procurar, horas a fio, por representações de vulcões e de terremotos, e não parava de perguntar sobre essas coisas. Encontramo-nos aqui diante de uma tentativa muita intensa de sublimação, na qual o medo se transforma em ‘desejo ardente da ciência’, o que nesta fase da vida é certamente muito precoce (JUNG, 2014a, p. 321).

Tais situações podem permanecer no inconsciente pessoal do sujeito até a fase adulta, fazendo parte das suas escolhas e manifestações comportamentais. Isso ocorre mesmo que o indivíduo não tenha noção da existência desses acontecimentos e não os tenha percebido. Vale ressaltar, por sua vez, que nem sempre estas escolhas são positivas, já que, quando formadas através de conceitos fantasiosos, podem atrapalhar o desenvolvimento da criança, influenciando, inclusive, em sintomas de neurose e delírios na psicose (JUNG, 2014a).

Ao longo dos anos, então, o sujeito se desenvolve dando forma aos seus pensamentos e ao modo de ver o mundo. Em A Energia Psíquica (JUNG, 2013a, p. 19) é destacado que todas as pessoas possuem um “[…] sistema subjetivo de valores […] [que permeiam valores] morais e estéticos coletivos.”. Na tentativa de comparar a energia psíquica à energia estudada pela física, ele declara não ser possível quantificá-la tal qual mas que, estudando os fenômenos da associação, é possível compreender que conteúdos emocionais proporcionam a formação de “complexos” que dão valor energético e intensidade às reações sobre escolhas e comportamentos diante de situações diversas.

Desse modo, entende-se que as escolhas do sujeito, bem como os seus sofrimentos, podem ter conteúdos psíquicos inconscientes e simbólicos que, quando vistos e analisados em terapia, são capazes de torná-lo mais livre para fazer escolhas mais reais e condizentes com o seu “eu” individual. Para isso, existe a prática da terapia analítica Junguiana, que consiste

[…] em mudar a atitude consciente, e não em correr atrás de reminiscências submersas da infância. Uma coisa não é possível sem a outra, certamente, mas a ênfase deveria ser posta na atitude (consciente) do paciente. Isto tem sua razão de ser; pois quase todo neurótico gosta demais de ficar preso a seus sofrimentos passados, remoendo suas recordações cheio de autocompaixão. Muitas vezes sua neurose consiste no fato de estar preso ao seu passado e querer justificar tudo pelo que ocorreu no passado (JUNG, 2013b, p. 646).

Para melhor compreender aquele que sofre com as próprias escolhas, em Psicologia do Inconsciente, Jung (2013c) explica que o sofrimento psíquico, chamado de “Neurose”, não diz respeito apenas aos conflitos pessoais do sujeito. Normalmente também é um fator da humanidade, pois todo ser humano em sofrimento tenta conciliar dentro de si natureza e cultura. Logo, a forma de se relacionar e os próprios direcionamentos, quando entram em contravenção no ecossistema habitado, podem gerar grandes dores. Para ele, “O neurótico participa, sem ter consciência, das correntes dominantes do seu tempo, que estão configuradas em seu próprio conflito” (JUNG, 2013c, p. 400). Ou seja, o trabalho como símbolo de sucesso pessoal e profissional pode influenciar diretamente na psique do sujeito, levando-o a um sofrimento quando considerar que não atingiu padrões pessoais ou coletivos.

Ademais, existe um aspecto interessante dessa abordagem que é sobre não patologizar o indivíduo. Como foi visto, a ciência coloca como fator de risco para o adoecimento crônico o estilo de vida e as condições profissionais. Já Jung (2013b, p. 1585) diz que “Sofrer não é doença, mas o polo oposto, normal da felicidade. [Pois] Um complexo só se torna patológico, quando achamos que não o temos.”. Ou seja, todo sofrimento relativo à saúde mental seria um polo oposto ao que faz bem ao sujeito e isso não necessariamente o enquadraria num CID da psiquiatria ou em qualquer outra categoria médica. Por conseguinte, interpreta-se, de acordo com a prática dessa abordagem, que a procura incessante de sucesso é uma forma de a pessoa tentar se completar.

É importante compreender também que sofrimentos de homens como Mark e mulheres como Susan, dos casos anteriores, são produtos do ecossistema que viveram, pessoal e coletivamente. Quais são os marcos da história de Mark para ter escolhido mergulhar no ambientalismo, sem medir consequências proporcionais às que ele consegue lidar? E por qual motivo Susan não reage ao machismo em seu ambiente de trabalho, “preferindo” se defender com afastamento e insensibilidade? São estas questões que, quando trabalhadas em psicoterapia individualmente, podem ter proporções pessoais que atingem o todo de onde vivem.

Uma proposta da terapia analítica que busca minimizar esse e tantos outros tipos de sofrimento psíquico é a compreensão de que não se é, enquanto seres com alma, “isso ou aquilo”, nem “isso e aquilo” e sim tudo o que já se fez e o que ainda vai ser feito. Conforme Jung (2013c), só se apreende o hoje se puder acrescentar o ontem e o que ainda será o amanhã. Os sujeitos não são seres formados, completos, rígidos, por isso, não dá para insistir na ideia de ser seres racionais e no alinhamento determinante das escolhas ao que se pensa, posto que para a abordagem analítica, vida e destino não são ligados ao racional, mas ultrapassam a razão humana e o que se concebe como tal.

Além disso, para atingir o equilíbrio e estar mais próximo da individuação, as escolhas, sejam elas racionais ou irracionais, devem ter o mesmo espaço na vida da pessoa para atingir a importância da relatividade humana. Isso significa que nem todo conteúdo do passado, vividos na infância e fases adultas, precisam ser descartados para a felicidade plena. Neste sentido,

Sempre é preciso haver o alto e o baixo, o quente e o frio etc., para poder realizar-se o processo da compensação, que é a própria energia. Portanto, a tendência a renegar todos os valores anteriores para favorecer o seu contrário é tão exagerada quanto a unilateralidade anterior. Mas, quando se descartam os valores incontestáveis e universalmente reconhecidos, o prejuízo é fatal (JUNG, 2013c, p. 1412).

Ressalta-se, igualmente, que existe uma carência de testagem sobre o impacto da terapia analítica junguiana naquele que tem sofrimento psíquico, no que diz respeito ao sucesso profissional. No entanto, isso instiga e alerta profissionais da área para esse problema comum e relevante na sociedade.

Isto posto, no caminho do desenvolvimento da personalidade e da individuação – quando a pessoa se torna, no processo terapêutico, mais consciente dos seus sintomas e desejos -, é possível tomar decisões com maior liberdade. E, por vezes, é percebido que nem sempre se é aquilo que foi socialmente ensinado, por mais significantes que esses símbolos pareçam. Dado que “Vale muito mais a pena viver as pequeninas coisas com sentido, do que as maiores, sem sentido algum.” (JUNG, 2013b, p. 922).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As razões pelas quais alguém busca sucesso profissional estão ligadas a sua história pessoal e o contexto em que vive. Essa busca, consequentemente, pode gerar a sensação de pertencimento e satisfação pessoal, porém, quando as expectativas são frustradas, o adoecimento e o sofrimento psíquico podem tomar conta do cenário.

Para tais questões, a terapia analítica pode ser útil para uma investigação profunda sobre as escolhas pessoais do indivíduo e o seu contexto no ecossistema em que atua. Para tanto, alguns questionamentos podem ser feitos: por que tal profissão? Por que o desejo de ascensão social através do trabalho? Por que não mudar de carreira?

Jung propõe na prática analítica a necessidade de “[…] firmeza e paciência filosóficas para suportar o sofrimento” (JUNG, 2013b, p. 1633), pois para que se atinja um estado de plenitude, é preciso a convivência com esses dois polos. Além disso, é importante reconhecer as razões pelas quais sofre, do contrário, torna-se um complexo de difícil dissolução.

Dessa forma, aplicando os conceitos da Terapia Analítica Junguiana levantados no estudo, como individuação e desenvolvimento de personalidade, pode-se traçar um plano de atendimento que provoque tais levantamentos e reflexões para que o sujeito reescreva sua própria história. É importante ressaltar que, para tanto, considera-se o tempo individual de cada pessoa e o respeito às próprias escolhas, já que psicoterapia não diz respeito sobre um caminho social aplicável a todos e sim ao que cada um pode/consegue ser.

À vista disso, pode-se concluir que nenhum trabalho profissional será perfeito, pois plenitude é lidar com o que é bom e ruim. Para a terapia analítica, o sujeito precisa se reconhecer no cenário em que atua para melhor domínio de quem se é. Afinal “Por mais que tentemos concentrar-nos no mais pessoal da pessoa, a nossa terapia não teria sentido sem a pergunta: de que mundo vem o nosso doente, e a que mundo deve ele ajustar-se?” (JUNG, 2013b, p. 1886).

Foram vivenciadas algumas limitações para a construção deste ensaio. Há uma quantidade escassa, quase nula, de artigos que considerem a terapia analítica como uma possível solução para pacientes em sofrimento decorrente do ambiente de trabalho ou da busca de sucesso profissional. Além disso, houve certa dificuldade em encontrar uma dedicação exclusiva do autor Carl Gustav Jung no que tange à teoria de individuação. Nas pesquisas realizadas nas obras escolhidas para o ensaio, encontrou-se ideias conceituais gerais no livro A Prática da Psicoterapia, no entanto, é possível que em outras publicações ele também tenha abordado.

Por fim, embora a pesquisa responda aos objetivos levantados, tal ideia carece de maior aprofundamento, através de outras pesquisas, para que se possa chegar a novas conclusões sobre a contribuição da terapia analítica para melhoria daqueles que sofrem com a busca de sucesso profissional. Portanto, o ensaio abre portas para pesquisas futuras, como estudos de caso focados no tema.

REFERÊNCIAS

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[1] Graduanda do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário UNINASSAU, campus Pituba, Salvador, Bahia.

[2] Orientadora e Docente do Curso de Graduação em Psicologia do Centro Universitário UNINASSAU, campus Pituba, Salvador, Bahia.

[3] O Instituto de Tratamento do Stress no Brasil.

[4] Em tradução livre: Equipe de Pesquisa Internacional sobre o Significado do Trabalho.

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