Artigo: Patologia x liberdade

Na perspectiva existencialista, a patologia se configura como aquilo que lhe tira a liberdade. Se eu me sinto refém dos meus pais, marido, filhos, tenho baixa ou nenhuma autonomia, sofro com sintomas impeditivos do meu dia a dia, eu estou com uma patologia. Uma doença na alma que me impede de ser quem eu sou, mas que nem sempre se enquadra em um CID da medicina convencional.

O conceito ultrapassado de saúde e bem estar, que se configura na lógica de um corpo saudável e bonito, não vai explicar a angústia no seu peito, nem trazer lógica às repetições de fracassos em sua vida amorosa. Não consta nas cartilhas médicas quantas gotas de uma abordagem alopática eu devo tomar, para realizar o meu sonho profissional.⁣

Julgamos os adoecidos psiquiátricos sem nos darmos conta das nossas patologias. Quantos de nós seguimos adoecidos sem perceber? Quantos comportamentos impeditivos e castradores, em sua maioria impostos socialmente, eu estou correspondendo?

E mesmo os tidos como “psiquiátricos”, quantos deles são julgados incapazes, apenas por fazerem uma leitura de espaço-tempo diferente da nossa?

As facetas de SER HUMANO são tão amplas, que o quanto antes olharmos para nossas próprias questões, mais cedo alcançamos uma margem próxima de saúde e bem estar.

Uma saúde que corresponda aos meus desejos e particularidades e me confira a liberdade de existir, cocriar o meu destino e viver em harmonia com o outro.

Então pare de buscar apenas nos remédios soluções que somente você e uma estrada terapêutica pode construir. Se dê um tapa na cara, levante, sacuda a poeira da alma e volte o olhar para dentro, para o exercício do seu SER.

Enquanto você lê esse texto e se vê às voltas em sua rotina problemática e de lamentações, compreenda que ninguém, absolutamente ninguém, pode fazer algo por você, mesmo que te ame e queira muito.

Você é único. E somente essa unidade, que é você, pode dar um ponto de partida para uma direção diferente e mais digna.⁣

Texto: @terenacardoso