Você já pensou a Bipolaridade dessa forma?

Por alguma razão, dessas que a gente não sabe explicar, pacientes com Transtorno Afetivo Bipolar é uma parcela notável no meu consultório. Segundo publicações da área psiquiátrica, mania e depressão são as síndromes coexistentes nestes casos. Mas não é sobre isso que eu quero falar.⁣

A minha abordagem terapêutica é pouco convencional, embora não desconsidere a psiquiatria. O caso é que normalmente, quando tratado apenas neste recorte da medicina, eu percebo pacientes e familiares às voltas com este transtorno, aguardando um remédio milagroso que possa corrigir todos os sintomas. Considerando minha experiência clínica, posso afirmar que esse caminho é o mais doloroso e perigoso para todos os envolvidos.

A convivência que tive e tenho com os reconhecidos “bipolares” me trouxe uma visão interessante: nós precisamos deles. Precisamos porque são incríveis, peculiares, inteligentes e de uma força vital que poucos conseguem atingir. Não estou aqui me referindo ao estado de mania e sim ao comportamento equilibrado, advindo de um processo interdisciplinar que eu vejo como ideal: medicação, psicoterapia, boa convivência familiar e propósito.⁣

Infelizmente, por causa da oscilação de humor, muitos portadores destes sintomas acreditam na melhoria sem medicação e quando menos esperam “puff”, perdem o controle de suas mentes mais uma vez. Cabe aos familiares e conviventes a sinalização constante (e terapia também) para aprender a jogar o jogo da convivência com a Bipolaridade. Entender o que deve ou não ser considerado, saber perceber as sinalizações leves, médias e graves e principalmente, respeitar o diagnóstico, pois muitos deles têm dificuldade de compreender a si mesmo e a própria condição.

Um Bipolar em estado de equilíbrio é notável em qualquer grupo. Se comunica bem, partilha conhecimentos e produz com qualidade. Se tem um objetivo, um propósito, mergulha fundo. Profundo. Não que ele seja melhor do que os outros, a minha intenção é que a gente reflita: alguém que conhece os dois lados do humor humano, certamente transita entre o céu e o inferno. E isso gera muito a dizer. Nós estamos dispostos a ouvi-los? ⁣

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